Lucila Costa
A violncia pode ser entendida como expresso trgica da condio humana. Sofrimento, desigualdade, injustia, desrespeito, insegurana, desejo de poder sobre o outro, geram violncia. Como se fosse um caleidoscpio, a violncia se d sob diversas formas. Qualquer situao que nos impede de desenvolver nossas plenas potencialidades humanas e alcanar a felicidade manifestao de violncia, e para medi-la preciso observ-la sob os mais diferentes aspectos. O ato violento pode ser compreendido como um pedido de ajuda de um ser humano que no consegue expressar seus sentimentos e necessidades de forma mais saudvel e respeitosa. fundamental acolher e transformar o sofrimento para que as pessoas possam encontrar maneira mais sadia e pacfica de mostrar seus sentimentos e necessidades. Agressores precisam de ajuda e de muita empatia para deixarem de ser agressores, nas ruas, no trnsito, no trabalho e, s vezes at em casa.
Existe ainda outra violncia silenciosa cotidiana e invisvel e que, por isso mesmo se torna naturalizada e difcil de combater. Essa violncia est no carro que passa com o som no ltimo volume, no estresse dirio do trnsito das metrpoles, nas agresses fsicas e psicolgicas que impomos s nossas crianas, no ambiente de trabalho, na incompreenso do outro. uma violncia sutil, s vezes simblica, como a ostentao de riqueza e desperdcio em meio misria.
Necessidades no satisfeitas geram frustrao e raiva e, algumas vezes, violncia. As necessidades humanas correspondem vida se manifestando em ns. Todos os seres vivos tm necessidades, e quando contribumos para atender s necessidades reais de outras pessoas, nos tornamos pessoas mais felizes, nossa auto-estima se amplia. O trabalho de enriquecer a vida de outras pessoas traz benefcios para quem d e para quem recebe ajuda.
A existncia de espaos de acolhimento e de escuta pode ajudar na elaborao das vivncias e na mudana dos significados. Devemos procurar uma maneira nova de ver e organizar os fatos e as emoes.
fundamental, portanto, associar mudanas individuais com transformaes do coletivo, apoiada por uma slida estrutura organizacional. Dinmica e exerccios individuais e coletivos tambm procuram ampliar a capacidade de ouvir empaticamente o outro. O compartilhamento das vivncias de cada pessoa tem se mostrado um poderoso instrumento de crescimento e de reflexo coletiva.
Vrias frentes de paz tm sido propostas, cada uma to importante quanto as outras. Assim, fica a esperana de que possamos ver essas frentes se encontrarem e preencherem a sociedade, em um mundo em que a paz no seja s a superao da violncia, mas a base a partir da qual todo ser humano possa se realizar plenamente.
Acredito que cada um de ns poder fazer uma reflexo e colocar no nosso dia a dia, uma meta de disciplina nas nossas aes, atitudes e palavras, que possam evitar um ato de violncia.
NO H CAMINHOS PARA A PAZ, A PAZ O CAMINHO.
Fonte: Revista, Tecendo Redes de Paz.
Lucila Costa Coordenadora Regional de Amor Exigente |